terça-feira, 28 de setembro de 2010

Mudanças

Leitura bíblica: 21:1-5

Eis que faço novas todas as coisas (Ap 21:5)

Enquanto escrevo esse texto estamos em plena campanha eleitoral. Todos os candidatos enfatizam a necessidade de mudanças. E os nossos legisladores certamente têm podido festejar algumas mudanças. Em 2004 se não me engano, aprovavam leis visando melhorias, como por exemplo, o novo código de trânsito. No entanto, os efeitos nem sempre correspondem. A princípio até parecia que a situação havia melhorado, mas a estatística nos mostra que o trânsito continua em primeiro lugar entre as causas de morte. Outra lei que os legisladores visavam aprimorar era a que tratava do envio de dinheiro para o exterior. Entretanto, a sangria financeira continua. Brasileiros e estrangeiros levam fortunas para os chamados “paraísos fiscais.” E que dizer da segurança? A violência, a maldade, a criminalidade, a crueldade dos assaltos e sequestradores continuam atemorizando as cidades e o campo. Por que não conseguimos mudar para melhor? É que a verdadeira melhora deve começar no coração, na vida interior de cada indivíduo. E essa mudança não se consegue por decretos e sim pelo evangelho. Ela vem quando a pessoa admite o seu pecado, seu descaminho.
Uma empregada doméstica converteu-se a Cristo. Sua própria patroa foi instrumento dessa mudança. Quando fez sua profissão de fé perante a igreja, o pastor lhe perguntou: “Como você sabe que sua vida realmente mudou?” A doméstica confidenciou: “Desde de que aceitei o Senhor Jesus Cristo como meu Senhor e Salvador, deixei de varrer a sujeira para debaixo do tapete.” A mudança para melhor precisa ser interior. A mudança do coração. O nosso texto de hoje nos diz que Jesus faz novas todas as coisas. E em 2 Coríntios 5:17 lemos: “Se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram, eis que se fizeram novas.” Experimente você também.

                                         Sua vida já mudou para melhor?

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Tolice

João 7.37-41

Ninguém jamais falou ...como este homem fala” (Jo 7.46)


A viagem era curta, de Fortaleza a São Luis. Avião lotado. Um homem se aproximou sem nada a dizer, sentou-se do meu lado, afivelou o cinto de segurança, pegou uma revista e começou a ler atentamente. Nem mesmo quando a comissária iniciou as informações sobre o vôo ele desviou os olhos da revista. Apenas lia. A comissária fez toda a demonstração quanto aos procedimentos a seguir em caso de emergência, como colocar a máscara de oxigênio, como se agarrar à poltrona flutuante, etc. O homem continuava lendo sua revista, sem esboçar qualquer interesse.

Após a decolagem, tendo o avião alcançado a altitude desejada, o homem guardou a revista e começou a conversar. Comentou sobre economia, negócios, esportes, como quem está apenas jogando conversa fora. Então, resolvi perguntar-lhe: “Notei que o senhor não tirou os olhos de sua revista durante a decolagem. O senhor deve viajar muito e nem se importa mais com as decolagens e aterrissagens”. O homem mudou o semblante, fez uma pausa e respondeu: “Não, não é isso. O que mais me preocupa é exatamente o momento da decolagem e da aterrissagem. Tenho tanto medo que nem quero pensar no assunto. Prefiro folhear uma revista até que tudo termine. Assim não penso no perigo e o perigo não pensa em mim”.

Há quem prefira ignorar a realidade. Fingir que o perigo não existe nada resolve, nem pode mantê-lo à distância. Todos nós estamos sujeitos a qualquer coisa, a qualquer hora. É como quem foge dos consultórios médicos porque teme ouvir que está doente.

Como o apóstolo Paulo, Jesus deu um aviso importante quando disse que não faz nenhum sentido uma pessoa conquistar o mundo todo e perder a sua alma. Deixou claro que deveríamos investir em bens eternos e não passageiros, pois um dia certamente morreremos. Quanto a esse aviso, será que alguém prestou atenção?

Tolice é passar a vida fingindo que vale a pena fingir.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Primeiro eu!

Lucas 18.9-14

Os sacrifícios que agradam a Deus são um espírito quebrantado... (Sl 51.17)

 
Você se preocupa com seu próximo? Geralmente gostamos de fazer isso: comparamo-nos com os melhores. Se você leu o texto de Lucas 18.9-14, perceberá que a mesma conta um caso assim – e não parece coisa boa. Mas quando alguém só pensa em si, isso é egoísmo, que também não é bom. Como ficamos então?
E se eu dissesse que existe algo como um “egoísmo bom ou saudável”? ai a confusão ficou completa, certo? Vejamos então um exemplo do que quero dizer?
Quem inicia uma viagem de avião recebe algumas instruções. Uma trata do uso das mascaras de oxigênio “em caso de despressurização”. Pede-se atenção especial de quem viaja com crianças: ”ponha primeiro a sua mascara e depois ajude a criança”. Não parece um egoísmo feio? Mas é que para ajudar outro, é preciso estar em forma. Alguém tonto por falta de ar que tentar ajudar a criança porá ambos em perigo.
Lá estava então o fariseu, lembrando a Deus tudo de bom que fazia. Ele pensava nos outros- inclusive “neste publicano”, um corrupto cobrador de impostos. Agora observe “este publicano”: falou com Deus somente de si mesmo. Nem quis ver se havia mais alguém por la. E Jesus aprova o publicano que só pensou em si e reprova o fariseu, que também pensou nos outros. Ocorre que ambos estavam com falta de fôlego espiritual. Só que o publicano notou o perigo, tratou de agarrar a “máscara de oxigênio” chamada “misericórdia de Deus” e salvou sua vida. O fariseu achou que não precisava dela e tentou vendê-la aos outros. Dirigindo-se a Deus, passou o recado aos que estavam em torno: “Viram só como sou bom? Façam como eu !” –e nessa ele sufocou seu espírito, que mantém o contato com Deus e faz a sua vida valar a pena. Quando o assunto é vida espiritual, não tente resolver o problemas dos outro a não ser que esteja respirando profundamente a graça de Deus para sua própria vida. Todos dependemos dela. Cada um por si.

A misericórdia de Deus é o fôlego da vida espiritual.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Difícil

2 Samuel 24.1-17

Tu, Senhor, és Deus compassivo e misericordioso, muito paciente (Sl 86.15)

Há decisões que precisamos tomar e que nos tiram o sono. Incomodam! Analisamos as possibilidades e chegamos à conclusão de que todas as opções são ruins. A tendência é procurar a menos ruim e tentar resolver o problema.
Esse era o dilema de Davi. Como rei, precisava tomar uma dura decisão. O povo de Israel já havia insultado demais a Deus. Para complicar, Davi, cheio de orgulho, queria saber a quantas andava seu poderio militar. Então fez o recenseamento, contra o qual havia sido advertido. Não deveria fazê-lo. Depois de feito, Davi reconheceu que havia pecado e pede perdão a Deus. Resultado: o profeta Gade traz uma mensagem a Davi da parte de Deus. Davi deveria escolher que tipo de punição preferia receber: três anos de fome na terra, três meses fugindo dos inimigos ou três dias de praga na terra. Difícil, não?
O pecado que cometemos pode nos trazer consequências terríveis. Pior ainda, pode fazer sofrer a quem amamos ou com quem convivemos. Mesmo buscando o perdão de Deus, as marcas podem ficar em nossa vida. Como bem disse alguém: “Você pode arrancar um prego da parede, mas a marca será evidente”.
Davi não buscou a opção menos ruim, mas preferiu contar com a misericórdia do Senhor. Mesmo sofrendo as consequências, Davi sabia que Deus é misericordioso. Nós não temos outra opção a não ser contar com a misericórdia do Senhor. Jeremias diz que: “Graças ao grande amor do Senhor é que não somos consumidos, pois as misericórdias são inesgotáveis” (Lm 3.22). por causa de sua misericórdia, Deus interrompeu a matança do povo.
Seja qual for a situação, conte sempre com as misericórdias do Senhor. Clame por ela. A misericórdia divina é sua melhor opção.

Deus é justo, mas também é misericordioso.

domingo, 5 de setembro de 2010

Escolha

Gênesis 13.1-13

O temor do Senhor é o princípio do conhecimento (Pv 1.7).

Escolher é tomar decisão. É simples quando se trata de escolher um sabonete ou uma pasta de dentes. Mas, como decidir quando está em risco sua vida, o presente e o futuro, sua família, bens conquistados e os herdeiros que virão?
Por menos que se goste, estamos sempre decidindo entre uma coisa e outra. Às vezes, notamos que escolhemos mal. Outras, nem tanto. Tudo bem. Há ainda a turma do chute: arriscam para ver no que vai dar.
A fé em Cristo nos ajuda a tomar decisões, a fazer uma boa escolha. Nem sempre vamos ter uma forma simples e clara a vontade de Deus escancarada diante de nós.
Quando Abraão e Ló perceberam que a terra onde viviam era pequena demais para dois homens tão prósperos, resolveram separar-se. Foi sensato. O crescimento tem seu preço. Administrá-lo é complicado e desgastante e poderá pôr tudo a perder. Interessante que Ló era sobrinho de Abraão, tendo saído de Harã debaixo da tutela dele. Talvez tenha observado bem seu tio, e quando iniciou na vida dos negócios, deu-se bem. Prosperou, cresceu, a ponto de ter seu rebanho fazendo frente ao rebanho de Abraão. Chegaram ao Vale do Jordão e a beleza da terra encheu os olhos de Ló. Como empresário, sabia onde investir seu dinheiro. Escolheu o melhor e ficou com a terra. A escolha de Ló o levou à região onde estavam as cidades de Sodoma e Gomorra. O pecado proliferava, com toda espécie de orgias e perversões. Ló sofreu naquela terra e sua vida desde então nunca mais a mesma. Mais tarde perdeu seus bens e sua esposa.
Olhar somente para aquilo que nos agrada, que nos dá vantagem junto à concorrência, pode não ser a melhor opção. A vida não é apenas um grande negócio que pode ser desfeito, caso não nos convenha. A vida é um dom de Deus, e diante de Deus deve ser considerada. A ética cristã, os valores da Palavra, o temor ao Senhor são elementos fundamentais que precisam ser considerados antes de se fazer uma escolha.

A boa escolha é o resultado de conhecimento usado com sabedoria.